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domingo, 28 de junho de 2009

Coluna Vertebral

A coluna vertebral constitui um importante eixo de comunicação entre o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico, por meio da medula espinhal, contida no canal medular da coluna vertebral. É a estrutura que sustenta nossa posição bípede, e por isso, talvez a mais sacrificada na escalada do desenvolvimento humano. As patologias associadas à coluna são freqüentes, mais comum e mais precoces, ocorre em função da longevidade, sedentarismo, desrespeito as questões ergonômicas nos locais de trabalho e isso ocasiona um maior desgaste e estresse dessas estruturas.

A coluna vertebral faz parte do esqueleto axial e liga – se a ela o crânio e os membros.



Curvaturas da Coluna Vertebral

Primárias:

  • Curvatura dorsal e sacral com concavidade voltada anteriormente. A cifose adquirida na gestação assume o formato do útero gravídico.

Secundárias:

  • Curvatura cervical e lombar com concavidade posterior. A lordose aparece quando a criança começa a fazer a extensão do pescoço e coluna, o que depois proporciona que ela sustente a cabeça na posição ereta.

A curvatura lombar, geralmente mais acentuada nas mulheres, termina no ângulo lombosacral. A curvatura sacral também se difere nas mulheres, menos curvo nestas, o que aumenta o tamanho da abertura inferior da pelve ou saída da pelve (pelve verdadeira).

Constituída de 33 vértebras, sendo que destes 24 ossos são separados, dividida em 5 regiões:

  • Cervical, 7 vértebras.

  • Torácica ou dorsal, 12 vértebras.

  • Lombar, 5 vértebras.

  • Sacral, 5 vértebras fundidas.

  • Coccígea, 4 vértebras fundidas.

As abreviações C, T, L, S e Co são usadas para indicar as regiões da coluna vertebral.

Extremamente flexível à coluna vertebral é composta por estruturas móveis, as vértebras e os discos intervertebrais, os ligamentos e os músculos assim como nas outras articulações, na coluna vertebral conferem estabilidade.

As vértebras podem freqüentemente ser identificadas por características especiais, além disso, individualmente todas apresentam características estruturais próprias. Os corpos vertebrais gradualmente tomam-se maiores à medida que se aproximam do sacro e a seguir tornam-se progressivamente menores em direção ao cóccix. Essas diferenças estruturais estão relacionadas ao fato de que a região lombosacra sustenta mais peso que as regiões cervical e torácica. As vértebras são consideradas atípicas e típicas, as primeiras são as três cervicais, atlas (C1), áxis (C2), e a sétima proeminente (C7), as típicas contém componentes estruturais que são comuns a todas as restantes móveis. Estas compõem – se pelas seguintes estruturas, corpo vertebral e arco vertebral, o último é subdividido em processos ou apófises, transverso, espinhoso e articular, lâminas e pedículos.

Corpo Vertebral

O corpo vertebral é anterior, suporta as forças de carga e pressão, composta por tecido esponjoso interiormente e compacto recobrindo, varia de diâmetro conforme o segmento vertebral em que se localiza. Os corpos das vértebras cervicais são de menor diâmetro e altura, sendo a porção mais alta da coluna na posição ortostática. Os corpos dorsais ou torácicos aumentam progressivamente a sua altura e diâmetro, apresentando um aspecto cilíndrico. Os corpos vertebrais lombares são achatados e largos por constituírem as vértebras que suportam as maiores pressões da coluna vertebral. As vértebras sacras são fundidas entre si, constituindo-se num osso que apresenta forma triangular. Este por sua vez articula-se com o ilíaco na região pélvica, apresentando a base fixa da coluna vertebral e sua relação com a pelve ou bacia. Assim, estabelece-se a base de suporte da coluna vertebral do ser humano.

Pedículos

Os pedículos vertebrais são expansões ósseas que ligam o corpo vertebral ao processo transverso, ficam anteriormente e as lâminas ósseas são as que ligam os processos transversos ao espinhoso e ficam posteriormente, essas quatro porções são as que limitam o canal raquidiano posteriormente.

Processos, Espinhoso, Articulares e Transversos

Cápsula Articular

A cápsula Articular é uma estrutura com tecido fibroso que é responsável pelo revestimento das articulações interapofisárias e, juntamente com a membrana sinovial, tornam a estrutura fechada onde circulam líquido sinovial para nutrir e vitalizar as cartilagens em contato na articulação. Esta membrana capsular reveste também as articulações costo - vertebrais e costo-transversas, localizadas ao longo da coluna torácica.

Forame Intervertebral

Trata-se de um orifício que se localiza lateralmente ao canal vertebral. Encontra-se relacionado ao espaço intervertebral e parte inferior do corpo da vértebra. Localiza-se entre as facetas articulares por trás, e o corpo vertebral e o disco intervertebral pela frente. Através desses forames emergem as raízes nervosas de dentro do canal vertebral. Podem ser comparados a janelas pelas quais as raízes nervosas têm o seu trânsito para realizar o comando de área e receber a sensibilidade de áreas segmentares.


Disco Intervertebral

O apoio articular entre os corpos vertebrais é realizado pelos discos de cartilagem chamados de discos intervertebrais.

O disco intervertebral constitui-se de uma estrutura fibrocartilaginosa formada por anéis concêntricos em sua porção externa e um núcleo gelatinoso formado por substâncias hidrófilas (muco polissacarídeos) que garantem essa hidrófila (retenção de água), mantendo a capacidade de hidratação e flexibilidade do disco. As vértebras desde C2 (segunda vértebra cervical) até S1 (primeira vértebra sacra) são interpostas por estruturas discais chamadas de discos intervertebrais. Ao todo são 23 discos. O anel fibroso concêntrico suporta as pressões submetidas à coluna vertebral, transmitida pelos corpos vertebrais. Um núcleo gelatinoso, através do seu deslocamento, estimula o anel fibroso na retenção das pressões e orienta o todo corporal quanto à posição da coluna vertebral. Essa orientação é dada através dos ramos do nervo sinovertebral ou nervo de Luschka. Este nervo "comunica" os estímulos recebidos, revelando aos músculos eretores da espinha as linhas de força de pressão sobre a coluna vertebral. Sua localização é a porção posterior do disco e o mesmo se comunica com a raiz nervosa emergente da coluna. Os corpos das vértebras apresentam cerca de três quartos do comprimento da parte móvel da coluna vertebral e os discos intervertebrais representam o outro quarto.

Ligamentos

Os ligamentos são estruturas fibrosas cuja função está relacionada à estabilidade intrínseca das vértebras na sua posição natural.

  • Ligamento Longitudinal Anterior: tem forma laminar. Inicia-se na base do crânio até o sacro. Serve para reforçar a estabilidade da coluna na sua porção anterior e encontra-se na linha média do corpo vertebral. Estabiliza a coluna desde a articulação atlantoccipital até a transição lombo-sacro.

  • Ligamento Interespinhoso: localiza-se na região espinhosa e se inicia pelo ligamento da nuca, porção estabilizadora entre o osso occipital e as apófises cervicais, estendendo-se até as apófises sacras. É reconhecido como ligamento interespinhal tendo a sua porção contínua com o nome de ligamento supra-espinhal.

  • Ligamentos Amarelos: são expansões ligamentares que conectam a face anterior da lâmina superior com a face posterior da lâmina vertebral adjacente inferior. Ligamento Longitudinal Posterior: trata-se de um ligamento laminar que se localiza dentro do canal vertebral justaposto à porção posterior dos corpos vertebrais.

  • Ligamentos cruciformes: localiza-se na base do crânio e é formado pelos ligamentos superior, transverso e inferior. Comunica-se com as fibras do ligamento alar.

  • Ligamentos intertransversos: interligam as apófises transversais. Encontram-se lateralmente à coluna vertebral.

  • Ligamento costo-transverso e Ligamento Radiado: unem a costela com as apófises transversas e com o corpo vertebral subseqüentemente. O resultado da superposição de todos as vértebras se dá o canal vertebral, onde está contida a medula espinhal. Agora que conhecemos a coluna como um todo podemos estuda – lá por partes, ou seja, regiões, e estas são classificadas em cervicais, dorsais ou torácicas, lombares, sacrais e coccígeas.



Vértebras Cervicais

São em número de 7 vértebras. Sendo que as duas primeiras são aquelas ditas anteriormente como atípica, pois tem a finalidade de permitir os movimentos da cabeça. A primeira vértebra cervical chamada atlas, constituída de dois arcos, um posterior e um anterior de menor tamanho, no último se encontra uma face articular para o processo odontóide do áxis – segunda vértebra cervical, articula – se ainda com a base do crânio nos côndilos occipitais e com áxis inferiormente. O áxis também uma vértebra atípica, pois tem um processo chamado odontóide ou dente do áxis, é uma porção óssea, densa, que se projeta na parte superior do áxis (segunda vértebra cervical) para dentro do atlas (primeira vértebra cervical) e se introduz no forame magno. Este se localiza na base do crânio e têm em seu interior estruturas como o bulbo (centro nervoso do comando respiratório) e o início da estrutura medular-nervosa. O processo odontóide estabiliza a coluna cervical em relação ao crânio, permitindo os movimentos de rotação da cabeça. Da 3º a 6º vértebras cervicais os componentes são aqueles descritos anteriormente, corpos pequenos e ovais, forame vertebral grande pelo próprio tamanho da medula espinhal que ali é alojada, os processos espinhosos são curtos e bífidos. A sétima vértebra cervical tem os mesmos componentes de uma vértebra típica, porém também é atípica, pois seu processo espinhoso é proeminente, bem visto quando fazemos a flexão do pescoço e palpando logo atrás do pescoço, é a que mais podemos sentir. E esta ainda possui o forame bem menor que das outras cervicais. Todas as vértebras cervicais possuem forames transversos em que passam as artérias basilares.


Vértebras Torácicas

São aquelas 12 vértebras que se possuem as articulações com os arcos costais. A T1, primeira vértebra torácica, apresenta uma face articular inteira para a cabeça da primeira costela. O corpo é semelhante ao de uma vértebra cervical, o processo espinhoso é longo espesso e quase horizontal. A 10º vértebra torácica apresenta uma face articular inteira para a costela situada na face lateral do pedículo. A 12º vértebra torácica por ser uma vértebra que se encontra em uma região de transição é semelhante a uma vértebra lombar, com seu corpo, pedículos, lâminas e processos mais espessos.





Vértebras Lombares

Essa é a última região com grande mobilidade da coluna vertebral sendo constituída de 5 vértebras. O corpo é grande, mais largo e espesso, os pedículos são fortes e juntam – se com a parte cranial do corpo formando incisuras vertebrais inferiores. O processo espinhoso é longo e quadrilátero. A 5º vértebra lombar, L5, tem o corpo mais baixo anteriormente para poder concordar com a articulação lombo – sacra.


Sacro

São em número de cinco vértebras fundidas no desenvolvimento. Formado por quatro faces e duas bordas.

Na face anterior ou pélvica podemos notar as linhas transversais ou cristas transversais e os forames sacrais anteriores.

Na face dorsal encontramos os forames sacrais posteriores e a linha média, intermédia e lateral, hiato sacral, forames sacrais dorsais, tuberosidade sacral e cornos sacrais.

Lateralmente encontramos as asas do sacro e a tuberosidade sacral.

Na base temos o promotório e os processos articulares superiores e ainda no ápice têm a face articular para o cóccix. O centro de gravidade do corpo está localizado logo a frente do promotório sacral.




Cóccix

De 3 a 5 vértebras de tamanho bem reduzido, formado por uma face pélvica, uma dorsal e duas laterais, uma base e um ápice. As regiões mais facilmente diferenciadas são os cornos sacrais, os tubérculos coccígeos, a face articular com o sacro e os sulcos transversais. Podemos concluir que a coluna vertebral constitui importante papel na postura, sustentação de peso, locomoção, proteção da medula espinhal e raízes nervosas. Ao se sentar, a coluna vertebral transmite o peso do corpo através das articulações sacroilíacas para o osso ilíaco, e daí para as tuberosidades isquiáticas. Na postura ereta, o peso do corpo é transferido das articulações sacroilíacas para os acetábulos e daí para os fêmures.


Arco Reflexo

Trajeto percorrido por um estímulo até concretizar um ato reflexo, normalmente iniciado em uma terminação nervosa sensitiva, que através de um nervo aferente conduz o estímulo até um centro especializado no cérebro, o que permite uma resposta por um nervo eferente até o respectivo órgão efetor, seja ele um músculo ou uma glândula.


Circuito sensorial do controle do movimento: Cérebro e Corpo


Os impulsos sensoriais na pele, articulações e músculos são transportados até a medula espinhal para chegar a diversos centros de processamento do cérebro. Este sistema ajuda a mente na compreensão, acompanhamento e alteração da posição e movimento padrão do corpo.

Bibliografia:

  1. BONTRAGER, Kenneth L. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. 5ed. Rido de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
  2. SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
  3. SLEUTJES, Lucio. Anatomia Humana, Podemos ser práticos e ir direto ao assunto?. São Caetano do Sul: Difusão, 2004.
  4. NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
  5. SANTOS, Angela. A Biomecânica da Coordenação Motora. São Paulo: Summus, 2002.





















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